Enxaqueca como sintoma de intolerância alimentar

Enxaqueca como sintoma de intolerância alimentar

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca afeta 11% dos adultos em todo o mundo, o número é três vezes maior em mulheres, provavelmente devido aos hormônios. Tal distúrbio pode estar fortemente relacionado à alimentação por meios ainda não totalmente esclarecidos. No entanto, existem estudos que tiveram como resultado uma associação entre a ingestão de alguns alimentos de acordo com cada indivíduo, enxaqueca e anticorpos IgG (células de defesa do organismo).

Não se tem certeza do mecanismo de ação fisiopatológico pelo qual alguns alimentos podem causar enxaqueca. Das hipóteses testadas muitas não tiveram resultados os quais confirmariam as teorias. Como menciona o artigo “IgG-mediated allergy: A new mechanism for migraine attacks?”, as hipóteses aminérgicas e da alergia mediada por IgE para enxaquecas foram contestadas na última edição de The Headaches. Alguns estudos relatam correlação entre enxaqueca e ingestão de determinados alimentos ou uma dieta específica.

Um estudo duplo-cego randomizado comprovou a associação entre a dieta e a enxaqueca. Os 30 indivíduos que tinham enxaqueca foram submetidos ao teste de IgG por Elisa, o qual verificava reações para 266 alimentos. Durante seis semanas, um grupo de pacientes recebeu uma dieta a qual excluía os alimentos os quais apresentavam reações e outro grupo foi submetido à dieta a qual incluía os alimentos específicos causadores de reação.

Após as seis semanas, todos os pacientes ficaram livres de dieta por duas semanas. Logo após esse período, foram trocadas as dietas. Quem recebia a dieta que excluía ou incluía os alimentos causadores de reações. Na dieta excludente de tais antígenos, observou-se queda na frequência de dores de cabeça e enxaqueca.

Outro estudo foi realizado para medição sérica de IgG em 56 pacientes com enxaqueca. Foi feito teste para 108 alimentos pelo método enzyme immunoassay (imunoensaio enzimático). Os resultados mostraram alta correlação entre anticorpos IgG elevados e enxaqueca. Além disso, quando retirados os alimentos os quais causaram reações, os pacientes demonstraram melhora no quadro de enxaqueca.

Apesar de as amostras dos estudos serem pequenas, eles relatam que a enxaqueca pode estar intimamente relacionada à ingestão de alimentos os quais podem causar reações de alergia tardia em alguns organismos. Em ambos os estudos, o tratamento não envolveu medicação, apenas dieta restritiva aos alimentos considerados antígenos ao organismo do indivíduo.

O assunto deve ser estudado melhor, visto que há poucos artigos científicos sobre o tema. Nem todo paciente cujo sintoma inclui enxaqueca poderá ser diagnosticado com intolerância alimentar, porém caso seja verificada uma possível associação entre a ingestão de determinado (s) alimento (s) o (s) qual (quais) o paciente apresente reação aumentando anticorpos IgG e o sintoma mencionado, o tratamento indicado pelo profissional de saúde pode auxiliar na melhora da qualidade de vida do indivíduo.

Bibliografia

1. Alpay K, Ertas M, Orhan EK, Ustay DK, Lieners C, Baykan B. Diet restriction in migraine, based on IgG against foods: a clinical double-blind, randomized, cross-over trial. Cephalalgia

2010.

2. Arroyave Hernandez CM, Echevarr?a Pinto M, Hernandez Montiel HL. Food allergy mediaed by IgG antibodies associated with migraine in adults. Rev Alerg Mex 2007; 54: 162–168.

3. Lifting the burden, World Health Organization. Atlas of headache disorders and resources in the world 2011. Geneva, 2011. [Acesso em 22 maio 2014]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/management/who_atlas_headache_disorders.pdf

 

4. Pascual J, Oterino A. IgG-mediated allergy: A new mechanism for migraine attacks?. Cephalalgia 2010.

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